
Em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Prêmio Criativos Escola + Natureza anunciou hoje (5) os seis projetos vencedores de sua edição de 2025. Entre as iniciativas premiadas, destaca-se “O diálogo com a natureza: Povos Indígenas da Amazônia e a sustentabilidade”, que representa o bioma amazônico. Desenvolvido por alunos do 3º ano do Ensino Médio do Instituto de Educação do Amazonas, em Manaus, o projeto valoriza os conhecimentos e as culturas indígenas, ressaltando sua importância crucial para a proteção ambiental.
Os estudantes do projeto identificaram que, mesmo com os avanços tecnológicos, a sociedade continua enfrentando desafios como a fome, crises climáticas e degradação ambiental – enquanto os povos indígenas, que historicamente gerenciam ecossistemas de forma sustentável e têm conhecimentos agrícolas e florestais adaptados ao meio ambiente, têm suas práticas pouco reconhecidas e difundidas, além de enfrentarem ameaças territoriais e violações de direitos.
Por meio de pesquisas, vivências culturais, conversas com lideranças indígenas e ações educativas, o grupo formado pelas alunas Jhulie Cunha, Kauany Santos e Marcelly Silva, sob orientação das professoras Márcia de Castro Gomes e Fany Regina Braga Simão, integrou esses conhecimentos tradicionais ao currículo escolar, reforçando o vínculo entre educação e território.
O projeto busca identificar e divulgar esses saberes, garantindo que estudantes indígenas compartilhem suas histórias e, aos não-indígenas, que as conheçam e as respeitem. O trabalho manauara estudou, por exemplo, as tradições e culturas das etnias Tukano, Dessana, Munduruku, Ticuna, Yanomami, Mura, Sateré-Mawé, além dos desafios ambientais e seus impactos no cotidiano indígena.
“A proposta envolveu toda a escola em ações interdisciplinares, com rodas de conversa, jogos indígenas, produção de vídeos e exposições culturais, sempre com um cuidado para não haver apropriação cultural, mas sim a valorização dos povos que compõem o país. Os estudantes criaram um mecanismo de escuta ativa dos povos originários, fizeram contato com universidades e instituições locais e criaram materiais educativos para promover uma compreensão mais aprofundada sobre o tema. O projeto se consolidou no calendário escolar e tem mobilizado o protagonismo dos estudantes em defesa da diversidade e da sustentabilidade, incentivando a valorização da identidade dos estudantes indígenas”, explica Márcia de Castro Gomes, uma das educadoras responsáveis pelo projeto.
Além desse projeto, a premiação também reconheceu mais cinco iniciativas: “Protótipo de Sistema de Reúso de Água na promoção da sustentabilidade e o uso responsável dos recursos naturais”, vencedora do bioma Cerrado; “Filtropinha: dos resíduos aos recursos”, vencedora da Caatinga; “Ecotech”, vencedora da Mata Atlântica; “Colocar o coração no ritmo da Terra: reflorestando mentes e corações”, vencedora do Pampa; e “Queimadas no Pantanal”, vencedora do Pantanal.
Um dos grandes destaques desta edição do Prêmio Criativos Escola + Natureza é que os projetos vencedores não apenas receberão reconhecimento nacional mas, também, viverão uma experiência inédita de participação em evento de incidência política na agenda ambiental: até três estudantes de cada grupo premiado e um educador participarão de atividades relacionadas à COP30 e podem, ainda, participar de uma experiência a ser realizada em parceria com Greenpeace Brasil. O grupo receberá um prêmio de R$ 12 mil — sendo R$ 10 mil para a continuidade do projeto e R$ 2 mil para o educador responsável.
“A participação de crianças e adolescentes no Prêmio Criativos Escola + Natureza mostra as soluções propostas por quem está nas escolas, nos territórios e vive, na pele, os impactos das mudanças ambientais. Ao fortalecer projetos criativos e profundamente conectados com as realidades locais, o prêmio reconhece não só soluções para os desafios do presente, mas também formas de garantir um futuro com mais empatia e respeito à natureza. É fundamental dar visibilidade ao protagonismo estudantil porque é com a força da escuta, da colaboração e da imaginação que transformações reais começam a acontecer”, diz Ana Claudia Leite, especialista em educação e culturas infantis do Instituto Alana.
Esta edição recebeu 1.593 inscrições, engajando mais de 60 mil estudantes e 5.300 educadores de 738 municípios brasileiros. Entre os projetos inscritos, 468 incluíram estudantes com deficiência, e mais de 90% das propostas vieram de escolas públicas — com forte presença de instituições estaduais (51%) e municipais (33,2%). Escolas federais, privadas e organizações da sociedade civil também marcaram presença na premiação.
Sobre o Alana
O Alana é um ecossistema de organizações de impacto socioambiental que promove e inspira um mundo melhor para as crianças. Um mundo sustentável, justo, inclusivo, igualitário e plural. Um mundo que celebra e protege a democracia, a justiça social, os direitos humanos e das crianças com prioridade absoluta. Um mundo que cuida dos seus povos, de suas florestas, dos seus mares, do seu ar. O Alana é um ecossistema de organizações interligadas, interdependentes, de atuação convergente, orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O encontro de um Instituto, uma Fundação e um Núcleo de Negócios de Entretenimento de Impacto. Um combinado único de educação, ciência, entretenimento e advocacy que mistura sonho e realidade, pesquisa e cultura pop, justiça e desenvolvimento, articulação e diálogo, incidência política e histórias bem contadas.
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