Menos da metade das OSCs brasileiras são lideradas por mulheres

A discussão sobre igualdade no terceiro setor está crescendo. Dados do Mapa das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) mostram que o quadro de colaboradores dessas entidades é composto por 65% de mulheres. Entretanto, a presença feminina em cargos de liderança corresponde a apenas 46%. Em relação à igualdade racial, 58% das entidades possuem 40% ou menos de pessoas negras em sua equipe, o que pode ser visto também em estudo da Associação Brasileira de Organização Não-Governamentais (ABONG), que indica que 46% dos funcionários são negros.

Para Gigi Favacho, gerente da Rede CT – Capacitação e Transformação – rede de desenvolvimento de empreendedores sociais esportivos para uso de leis de incentivo, “Estamos presenciando uma mudança na curva dos números de representatividade no Brasil, mas é importante observar que diversidade, não reflete, necessariamente em inclusão. Uma organização pode ser diversa em números de representatividade, mas é preciso observar quais são as consequências desses números no tecido gerencial dessas organizações, quem são as pessoas em camadas decisórias, quais são as vozes ouvidas, qual o público prioritariamente impactado.”

“Temos praticamente 880 mil OSCs registradas oficialmente até 2023 no Brasil e muitas delas trabalham com a promoção da inclusão social, seja pelo esporte, arte, busca por direitos, saúde, entre outras formas. É coerente e necessário que a promoção da equidade esteja no core das estratégias de negócio e sustentabilidade destas organizações. Tomando como parâmetro um estudo realizado pelo Instituto Identidades do Brasil, que revela que para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, observa-se um incremento de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de aumento na diversidade de gênero, há um acréscimo de quase 5% na produtividade. Ou seja, além de falarmos de avanços de pautas sócio indenitárias, a diversidade, inclusão e equidade provocam um efeito em cadeia na sociedade, até mesmo do ponto de vista produtivo e econômico”, diz.

Pensando nisso, a Rede CT promoverá em 2 de outubro, às 19h30min (horário de Brasília), uma aula gratuita com a temática “Diversidade e inclusão nas OSCs”. O evento, que será transmitido ao vivo pelo canal no YouTube da entidade, visa atingir representantes de OSCs de todo o país e terá como palestrante Daiany França Saldanha, mentora de captação de recursos da Rede CT, e mediada pela Gigi Favacho.

“O trabalho desenvolvido por esses projetos sociais é de extrema importância para os pilares da igualdade e inclusão. Elas atuam onde o governo e as empresas não chegam, enxergando a situação de muitas pessoas que vivem, muitas vezes, em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Seus públicos-alvo precisam se sentir representados”, destaca Gigi.

A Rede CT já realizou outros três eventos ao vivo com os temas Esporte para o desenvolvimento humano; Estratégias de captação para OSCs; e Captação Ética. Os vídeos com as palestras podem ser vistos na íntegra também no canal do projeto no YouTube. “São encontros que trazem temas de extrema importância para o terceiro setor. Vale ressaltar que sempre buscamos palestrantes experientes e bastante capacitados para falar a respeito de temas que são tão importantes para essas organizações”, ressalta.

Veja o perfil das palestrantes

  • Daiany França Saldanha – Mentora de captação de recursos da Rede CT, é profissional de Educação Física, especialista em negócios esportivos, doutoranda e mestra em Mudança Social e Participação Política pela USP, fundadora do Instituto Esporte Mais e do Líderes Esportivos, vencedora da competição mundial Alumni Engagement Innovation Fund (AEIF) e eleita para o programa Jovens Líderes das Américas (YLAI). Trabalha com temas sobre esporte para o desenvolvimento, empoderamento de meninas e mulheres por meio do esporte, captação de recursos e gestão de projetos esportivos.
  • Gigi Favacho Gerente de projeto da Rede CT, é sócia-diretora da Cuia Cultural, estrategista na cultura e gestora de projetos de impacto social, especialista em planejamento, cultura e marketing, formada em Produção e Crítica Cultural pela PUC Minas, Digital Marketing e Do Marketing Cultural ao Advertainment pela ESPM, Brand Entertaiment pelo CEMEC/SP e certificada pelo Digital Marketing Institute de UK. Gestora de projetos de impacto social e transformação de comunidades periféricas e não urbanas, idealizadora da Divina Maravilhosa, festival de representatividade LGBTQIAP+ e integrante de projetos com recorte de gênero, sexualidade e inclusão.

Rede CT promove minicursos para OSCs

Outra modalidade que será lançada pela Rede CT é a de cursos de curta duração. As aulas, ministradas por profissionais que atuam no terceiro setor, serão voltadas para projetos sociais e trarão discussões sobre temas como “Tecnologia para OSCs”, “Esporte para o Desenvolvimento Humano”, “Comunicação para OSCs”, “Criação e Manutenção de OSCs”, “Gestão Institucional de OSCs” e “Gestão Financeira de OSCs”.

As inscrições serão abertas em breve na própria plataforma do projeto, que pode ser acessada pelo link – www.capacitacaoetransformacao.org. As aulas serão mensais e disponibilizadas gratuitamente também no site da Rede CT.

Confira o cronograma completo

  • OUTUBRO/2024 – Tecnologia para OSCs
  • NOVEMBRO/2024 – Esporte para o Desenvolvimento Humano
  • DEZEMBRO/2024 – Comunicação para OSCs
  • JANEIRO/2025 – Criação e Manutenção de OSCs
  • FEVEREIRO/2025 – Gestão Institucional de OSCs
  • MARÇO/2025 – Gestão Financeira de OSCs

Sobre a Rede CT

A Rede CT – Capacitação e Transformação, é um projeto que, com apoio do Instituto Futebol de Rua, Nexo Investimento Social e Rede Igapó, e patrocínio do Itaú, capacita empreendedores sociais esportivos para uso da Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Com a expectativa de capacitar 300 OSCs e mentorear outras 120, a Rede CT visa capacitar representantes dessas organizações para auxiliar em programas de apoio à prática esportiva como agente de transformação social nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, com foco em cidades no interior dos estados e pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

CDI Comunicação

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