
Depois de despencar mais de 3% na última sessão, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou a quarta-feira (29) em alta de 0,89%, aos 111.106,83 pontos, acompanhando a recuperação nas bolsas da Europa e dos Estados Unidos.
O dólar também encerrou a sessão em alta, esta de 0,11%, cotado a R$ 5,43 na venda. É a sexta sessão consecutiva de ganhos para a moeda americana, que só nesta semana já registra valorização de 1,62% frente ao real.
Mesmo com o desempenho de hoje, o Ibovespa caminha para fechar o mês em forte queda. Desde o dia 1º, o indicador já despencou 6,46% — percentual que responde por quase toda perda acumulada em 2021 (6,65%). O dólar, em contrapartida, registra alta de 5% no mês e de 4,66% no ano.
Recuperação ainda tímida
Com autoridades monetárias no mundo todo anunciando medidas de aperto para conter a inflação, investidores voltaram a fazer compras pontuais de ativos de maior risco na sessão de hoje, o que contribuiu para a alta de bolsas na Europa e nos EUA e, por tabela, do Ibovespa.
Entre os dados do dia que influenciaram esse movimento do mercado está a alta do sentimento econômico da zona do euro em setembro, após uma queda em agosto. Paralelamente, no Brasil, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou a criação de 372.265 vagas de emprego formais em agosto — acima da previsão do mercado, de 272.500 novos empregos com carteira assinada.
A recuperação, porém, ainda é tímida. Pesam no mercado os temores em relação à escalada recente nos preços globais de petróleo e gás, além dos riscos de um fracasso do acordo parlamentar nos EUA para evitar uma paralisação do governo.
Fed ajuda a manter dólar alto
A movimentação do dólar frente ao real hoje vem depois de uma sessão difícil para os ativos de risco — como a moeda brasileira —, já que expectativas de redução dos estímulos à economia americana por parte do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), temores sobre o crescimento global e a crise energética na China aumentaram as buscas por investimentos mais seguros — como a moeda americana.
“Vem se formando essa tempestade perfeita” que explica os atuais patamares elevados do dólar, explicou à Reuters Helder Wakabayashi, especialista de finanças da Toro Investimentos. Ele acredita que a moeda americana deve seguir em alta no curto prazo e encerrar 2021 próxima dos R$ 5,30, uma vez que o ambiente doméstico também é fator de preocupação.
Em meio a persistentes incertezas fiscais, lideranças da Câmara dos Deputados e do governo já discutem uma eventual prorrogação do auxílio emergencial, enquanto o Executivo busca uma solução orçamentária para criar o Auxílio Brasil, programa social que vai substituir o Bolsa Família.
Foto: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2021/09/29/fechamento-dolar-ibovespa-29-setembro.htm











