- O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou requerimento à CPI da Covid para que o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (sem partido), vá a Brasília confirmar ou não o conteúdo de uma virulenta entrevista concedida a um órgão de imprensa nacional.
- Na entrevista, Almeida acusa o governador Wilson Lima de entrar na onda do presidente Jair Bolsonaro quanto a imunidade de rebanho como solução para aplacar a pandemia do coronavírus.
- O resultado, conforme o vice, foi o surgimento em Manaus de uma nova e violenta cepa que matou muita gente na capital e acabou exportada para outras regiões do mundo, como na Índia onde a cepa foi decisiva para o agravamento da crise viral naquele país.
Oportunismo
- Segundo Carlos Almeida, o alinhamento de Wilson Lima à postura de Bolsonaro com relação à pandemia deu-se por oportunismo a partir de maio de 2020 quando o governador virou alvo de investigações da Polícia Federal na questão da aquisição de respiradores.
- “Quando houve envolvimento do governador na operação da Polícia Federal, a estratégia foi mostrar alinhamento [com Bolsonaro]. Uma coisa era clara, a política era de afirmar que se tinha uma imunidade de rebanho. O que acabou acontecendo foi um laboratório, a P1 encontrou ambiente adequado”, detonou Almeida na entrevista.
Desabastecimento
- Almeida também culpou Wilson Lima pelo desabastecimento de oxigênio nas unidades de saúde de Manaus, que provocou a morte de várias pessoas acometidas de Covid.
- “Se esperou a água bater no pescoço para a tomada de alguma medida. Quando o Governo Federal foi acionado o caos já estava acontecendo”, disparou.
Pano de fundo
- Fontes da coluna asseguram que as acusações de Carlos Almeida à Lima ocorrem, dentre outros motivos, por causa da recente onda de ataques midiáticos sofridos pelo pai do vice-governador, procurador Carlos Alberto Almeida, do Ministério Público de Contas do TCE-AM.
- Os ataques, com o objetivo de denegrir a honra do procurador, conforme as fontes, teriam sido partes de um esquema palaciano por meio de uma espécie de “gabinete de ódio” com o objetivo de atingir o vice desqualificando o pai.
Lula e Marcelo Ramos
- A recente reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o deputado federal amazonense Marcelo Ramos (PL) seguiu uma agenda de contatos do líder petista sobre a formação de palanques estaduais que possam reforçar a futura campanha presidencial do ex-mandatário.
- A mesma conversa permeou encontro de Lula com o deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o processo eleitoral do próximo ano no Rio de Janeiro.
Planos à mesa
- Igualmente Lula tratou de possível aliança com Gilberto Kassab, principal mandachuva do PSD, que tem planos com relação ao governo de São Paulo em 2022.
- No Amazonas, Lula não quer descartar a possibilidade de uma composição com o PL de Marcelo Ramos caso o partido decida lançar candidato próprio ao governo do Amazonas.
“Capitã Cloroquina”
- Sem temer consequências, a “Capitã Cloroquina”, Mayra Pinheiro, assumiu a responsabilidade pelo envio de médicos bolsonaristas orientados para difundir o uso do “kit Covid”, à base de cloroquina e ivermectina, no período em que se deu o colapso do sistema de saúde na capital do Amazonas.
- Ela abriu a boca em depoimento ao Ministério Público Federal, divulgado por O Globo. A “Capitã” não perdeu a pose e voltou a defender cloroquina e ivermectina no combate à Covid.
Butantan se desespera
- O diretor do Instituto Butantan Dimas Covas ficou estupefato com novas críticas do presidente Jair Bolsonaro à China que poderão prejudicar a liberação de insumos pelas autoridades daquele país.
- Por conta disso Dimas teme que o Instituto seja obrigado a atrasar entregas de doses da coronaVac, paralisando a campanha nacional de imunização contra a Covid-19.
- “Todas as declarações neste sentido têm repercussão. Nós já tivemos um grande problema no começo do ano e estamos enfrentando de novo esse problema”, disse Dimas.